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domingo, 18 de agosto de 2013

Os brífingues do lomba

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Para “melhorar a comunicação”, isto é, para demonstrar aos portugueses e ao mundo quanto o país é bem governado, o Governo de Portugal decidiu criar um modelo de encontro diário com a imprensa, a que chamou o "brífingue". O primeiro destes encontros foi logo no dia da demissão do ministro Gaspar.
Pedro Lomba - o lomba dos brífingues - o secretário d'estado adjunto do ministro adjunto e da Propaganda Poiares Maduro, foi o escolhido para dizer aos portugueses, entre outras coisas, que por exemplo, não tinha “dúvidas sobre a seriedade de Rui Machete no requentado (as aspas são dele) caso BPN”.
No entanto, a periodicidade dos brifingues foi passando de diária a mais espaçada, acabando mesmo por ser interrompida. Mas, sempre para “combater a desinformação”, os brífingues foram retomados. Logo o primeiro - depois da retoma - ficou assinalado pela recusa de Lomba em responder a uma pergunta de um jornalista, “Não vou responder à sua pergunta” disse-lhe ele – assim, cheio de coragem.

Lomba distinguiu-se, entre outras coisas, porque inventou o chamado "brífingue ófe-de-récorde”, no qual se propunha manter conversas informais off the record com os jornalistas, de forma a poder dizer o que lhe apetecesse em nome do Governo sem se comprometer com nada nem assumir coisa nenhuma. A ideia dele era “combater o “discurso superficial e vazio que não se compromete com nada e que nada assume”. Digam lá que não é de génio.
Lomba é um génio (no retrato que lhe fiz, procurei realçar esse traço evidente da sua personalidade). Um génio da comunicação. E da política. Professor de direito. E tem obra. Publicada e tudo. Escreveu uma vez um livro que se chama, segurem-se, "Teoria da Responsabilidade Política".
Não sei se estão a ver.


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