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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vladímir Maiakovsky

EscárniosDesatarei a fantasia em cauda de pavão num ciclo de matizes,
entregarei a alma ao poder do enxame das rimas imprevistas.
Ânsia de ouvir de novo como me calarão das colunas das revistas,
esses que sob a árvore nutriz escavam com seus focinhos as raízes.

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Apesar de se cumprirem 118 anos do seu nascimento e de se ter suicidado com um tiro no coração aos 36, os seus poemas estão ainda (apesar da tradução) tão palpitantes de vida como se tivessem sido acabados de conceber; todavia não encontrei na net uma única tradução portuguesa de nenhum deles (esta, excelente, é dos brasileiros Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman).
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Vladímir era um homem intenso e livre e um poeta inventivo que amava o amor, a revolução e a arte.
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Nos demais - eu sei, qualquer um o sabe!
O coração tem domicílio no peito.
Comigo, a anatomia ficou louca.
Sou todo coração - em todas as partes palpita.
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Contudo, toda a vida se debateu com imbecis que queriam reduzir a poesia a fórmulas simples. Para ele, não havia “arte revolucionária sem forma revolucionária”.
Palavras para quê. Ele era comunista. Além de futurista e tudo, claro.
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2 comentários:

cid simoes disse...

É ao Brasil que vou buscar traduções nem sempre boas, esta é de facto de grande qualidade.Aqui no nosso quintal os poetas não estão a "descer" à tradução.Que remédio se não ir ao Brasil.

Sérgio Ribeiro disse...

Meus caros, há algumas traduções em português que me parecem aceitáveis - atrevo-me a avaliar - como do Luxuria Canibal no blog do José Mário Silva. É pouco mas é...

Abraços