.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Obomba da Paz


O novo messias anunciado pelo profeta Mário Soares já arrecebeu o seu Nobél.
No discurso de aceitação, eivado de referências religiosas e outras palermices habituais na sua oratória – o redentor retomou a tese da guerra, tão cara a Bush, recuperando-a embrulhada em dois conceitos rutilantes: o de justeza moral e o de acerto estratégico. Nem mais. O que prova que o que o distingue do seu antecessor é apenas o número de neurónios de que é portador (coisa que aliás se pode aferir pelo articulado da retórica).
No mais, foi humilde. “Sugeriu que tinha sido escolhido não pelo que fez, mas pelo que esperam que faça.”
E não é que já começou a merecer a Nobél distinção do atarantinado e taralhoco comité norueguês da derisão? - o seu país acaba de anunciar que recusou subscrever o Tratado de Ottawa : it ‘s the economy, stupid!
É verdade. Obama tem também um compromisso com a recuperação da economia. Suponho que é neste âmbito que se inscreve a recusa da administração norte-americana em erradicar as minas terrestres: recuperar a economia é bom para o negócio do sr. Nobél que, por sua vez alimenta a Fundação que atribui os prémios (isto está tudo ligado).
Se a retoma se tornar enfim prosperidade pode ser, pode ser, que até se criem novos prémios. E aí sim, seria bem possível que o nosso Sócrates viesse a ganhar, sei lá, o da Probidade: ex-aequo com Armando Vara e Mário Soares, que acumularia com, sei lá, o da Coerência.
.

Sem comentários: