quarta-feira, 30 de abril de 2008
o oráculo de ficaria
terça-feira, 29 de abril de 2008
A vedeta do circo
sábado, 26 de abril de 2008
Camilo
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Esta caricatura, sugerida pela leitura, aqui, deste naco de prosa que não resisti a recuperar e que, além de ser um belo e irónico exemplo de “teoria do romance”, chega para provar o quanto este senhor dominava a praxis literária e a Língua Portuguesa.
“Em quanto á influencia do romance nos costumes, estou mais que muito desconfiado de que o romance não morigera nem desmoralisa.Porém, admitida a ponderação que lhe alvidram os exhortadores dos pais de família, não sei decidir como se ha de escrever o romance fautor da sã moral. São dois os expedientes: levar os personagens viciosos ao despenhadeiro; ou crear anjos n’ um paraíso sem serpente.Na primeira espécie, mostra se a lucta de virtude e crime: natural e concludentemente triumpha a virtude. E’ o costume com sacrifício, ás vezes, da verosimilhança.Na segunda forma de romancear, a virtude recebe as ovações sem batalha. O romancista põe peito á reformação das obras de Deus, e corrige-as. Quando os seus personagens se avisinham de algum sujo aguaçal, em que é uso a gente commun salpicar as botas, atam lhes as asas de serafins, e largam-lhe trella por esse azul dos céus dentro, até lhes vir a geito poisal-os em alegretes de flores.São estes os romances que moralisam, ou os outros? E’ a minha dúvida”
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sexta-feira, 25 de abril de 2008
quarta-feira, 23 de abril de 2008
a desejada
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Goya
Morreu exilado em Bordéus, em 1828.
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quinta-feira, 17 de abril de 2008
O pernas
terça-feira, 15 de abril de 2008
Berlusconi
Mas eu gosto da Itália.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
a mão do pintor
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sábado, 12 de abril de 2008
Latuff, o traço-bomba
quinta-feira, 10 de abril de 2008
vida de artista
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quarta-feira, 9 de abril de 2008
O brasil da língua
terça-feira, 8 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
terça-feira, 1 de abril de 2008
Fellini
(Federico Fellini, desenho)
Está patente por estes dias e até Maio, no Espaço 39 Degraus da Cinemateca de Lisboa, uma exposição de 50 desenhos, caricaturas e um auto-retrato de Federico Fellini, feitos entre 1954 e 1993, e actualmente parte da colecção da Fundação Fellini.
A obra gráfica de Fellini é pouco conhecida, embora o jovem Federico tenha começado a sua carreira pelo desenho, pela ilustração e pela caricatura. O grotesco corrosivo e exagerado deste meio de expressão terá sem dúvida crismado para sempre o espírito do futuro director de cinema. O desenho foi sempre para Federico Fellini um instrumento primordial no trabalho de exploração e construção do seu universo intensamente imaginado.
Fellini dizia que “nada se sabe, tudo se imagina”. Por isso os seus filmes começavam no papel. Desenhados.
Amarcord, por exemplo, é uma das mais espampanantes ilustrações da tese segundo a qual a caricatura é a essência da arte do século vinte.
E eu não me recordo de quantas vezes eu já vi esse filme mágico, desmesurado, nostálgico, burlesco, subversivo, sem história, sem princípio, nem meio, nem fim, nem bons, nem maus; esse caleidoscópio aleatório de personagens grotescos e desmedidos como o tio louco, a freira anã, o acordeonista cego, o padre sonhador, Volpina, a prostituta ninfomaníaca, Gradisca e os desmedidos atributos da vendedora de tabaco ou a festa da chegada da Primavera e uma neblina branca que tudo cobre como um manto de humor doce, corrosivo e melancólico.
Tampouco me recordo de outro filme que me tenha deixado impressão visual tão duradoura.
Do que me recordo é da sua atmosfera, criada por outro italiano inspirado: Nino Rota.
Ouçam.
Recordam-se?
E se puderem, vão à Cinemateca ver os bonecos do Fellini.